A oração que Jesus ensinou começa assim: "Pai nosso que estás no céu, santificado seja o teu nome".
A primeira coisa que Jesus nos ensina é sobre a paternidade de Deus. PAI NOSSO. Deus não é somente o Pai do Salvador, mas também o Pai de todos nós, o Pai de todo aquele que lhe obedece.
Ao nos depararmos com a paternidade de Deus, devemos entender duas coisas. A primeira é que Deus é Pai de todo aquele que crê no Filho como Salvador e Senhor. A segunda é que quando reconhecemos a paternidade de Deus temos o dever de obedecer a este que passamos a chamar de Pai.
Alguém que reconhece a paternidade de Deus é alguém que descansa porque sabe que tem como Pai aquele que é Todo Poderoso. É alguém que descansa porque sabe que o Pai é alguém em quem ele pode se refugiar, é alguém que lhe protegerá.
Alguém que sabe que Deus é PAI NOSSO, descansa, crê, obedece e aceita a correção porque Deus é um Pai que corrige a todo filho a quem ama, porque não somos bastardos, mas filhos, filhos do PAI, de um Pai que é PAI NOSSO, um Pai que não é só meu, mas é também Pai de meu irmão, Pai de todo aquele que crê no Filho.
"Venha a nós o vosso Reino".
Quando Jesus nos ensina a orar ele coloca que devemos pedir ao Pai que traga até nós o Reino dele.
Jesus passou grande parte de seu ministério terreno ensinando sobre o Reino de Deus e agora, ensinando seus discípulos a orarem ele diz que eles deveriam clamar ao Pai pedindo que viesse o Reino de Deus.
O Reino de Deus é o governo de Deus sobre nossas vidas. É o senhorio de Deus sobre nós. É o querer de Deus acima daquilo que nós pensamos e queremos.
Não pode existir um Reino sem um Rei, não pode existir um governo sem um governante. Pedir a Deus que traga seu Reino sobre nós, é reconhecer a soberania de Deus sobre nossas vidas, é dizer a Ele: Pai, eu reconheço que Tu és soberano, Tu és superior, acima de todas as coisas, acima do meu querer, acima de minhas vontades, então governe sobre mim Pai, governe sobre minha vida.
Uma pessoa que entende perfeitamente a paternidade de Deus é uma pessoa que anseia ardentemente a vinda do Reino de Deus, a implantação do governo e senhorio de Deus sobre sua vida.
"Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu"
Ao ensinar seus discípulos a orar, Jesus se preocupou em que eles entendessem claramente a paternidade de Deus e sua soberania sobre todas as cosias. Aceitar a paternidade de Deus é entender sobre soberania.
Alguém que entende a paternidade de Deus é alguém que clama para que o Reino do Pai se estabeleça, que reconhece a soberania de Deus e reconhece ao ponto de pedir que seja feita na terra a vontade do Pai, assim como ela é feita no céu.
Alguém que reconhece a soberania do Pai, sabe muito bem que não existe nada, absolutamente nada, no céu que esteja alheio à vontade soberana de Deus, que tudo ali está sujeito ao Pai. Por isto mesmo, este alguém, consciente da paternidade de Deus, clama para que esta vontade soberana também seja feita na terra, porque sabe que é melhor assim.
Como qualquer pai governa sua casa, Deus é um Pai que governa bem a sua casa e é este governo harmonioso, justo e reto que clamamos na oração do PAI NOSSO a que venha e se instaure também na terra, entre nós.
"O pão nosso de cada dia, nos dai hoje".
Prosseguindo em sua oração, Jesus quis ensinar aos discípulos a viver em dependência total ao Pai.
Quando olhamos esta frase, nos reportamos facilmente ao povo de Israel atravessando o deserto. Dia após dia, eles saíam para colher o maná. Apenas a porção de um dia deveria ser colhida. Mesmo aqueles que não confiaram plenamente em Deus, viram a parte extra se estragar. Eles foram conduzidos a confiar em Deus, mesmo que relutassem.
Conosco também é assim. Nossa tendência é procurar a solução para nossos problemas sempre em nossa capacidade, sempre em nossa própria força. Porém as Escrituras nos ensinam de Gênesis a Apocalipse que devemos confiar no Senhor.
Deus tem sempre melhor possibilidade de resolver um problema do que eu. Ele conhece todos os fatos, eu não. Ele tem todo o poder, eu não.
Mas por quê esta dependência está expressa na oração de Jesus? Porque Cristo sabia que uma pessoa que tem a Deus como Pai, que reconhece esta paternidade, descansará nesta dependência.
Uma pessoa que reconhece a paternidade de Deus sabe que, Deus tem sempre o melhor para ela. Um pai não dá coisas ruins a seu filho, muito menos Deus, o nosso Pai.
Este Pai quer nos abraçar, quer nos recolher como uma galinha faz com seus pintinhos, quer nos proteger do mal que impera no mundo, quer nos manter a salvo das ciladas que são sempre armadas pra nós.
Alguém que reconhece a paternidade de Deus, saberá que sempre existirá a provisão necessária e que nada faltará, como disse o salmista. Deus sempre bastará. Deus sempre será suficiente.
"Perdoa as nossas ofensas, assim como temos perdoado a quem nos tem ofendido".
Em nossa caminhada pela oração de Jesus aprendemos também sobre a consciência do pecado e da necessidade de perdão.
Uma pessoa que tem o pleno conhecimento e reconhecimento da paternidade de Deus, tem consciência de seu estado pecaminoso e por isto pede perdão. Quando sabemos com clareza a quem temos por Pai, olhamos para Deus e vemos toda a sua santidade, aí olhamos para nós mesmos e não conseguimos ver outra coisa, senão nosso estado pecaminoso e nossa necessidade de perdão.
Conscientes desta nossa condição de pecadores, rogamos a Deus que nos perdoe as ofensas. Mas quando e como ofendemos a Deus? Ofendemos quando não vivemos em santidade, quando não atingimos tudo aquilo que Deus espera de nós.
Aquele que reconhece a paternidade de Deus se achega a ele como aquele pecador que batia no peito e rogava por misericórdia e não como o publicano que era incapaz de reconhecer seu estado.
Porém o pleno conhecimento da paternidade de Deus nos leva a um estágio ainda mais elevado: o de perdoador. Uma pessoa que reconhece a paternidade de Deus sabe que, como foi perdoado, tem consigo uma responsabilidade imensa de perdoar aos outros, de não guardar mágoa, de não reter a ira, de não negar o perdão. Cristo ensinou sobre isto ao nos falar que devemos andar uma segunda milha, perdoar setenta vezes sete.
O reconhecimento da paternidade de Deus, obrigatoriamente tem que te conduzir pelo caminho do perdão, esta é a prática da filiação.
Que o Senhor te conduza em direção a isto!
"E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal".
Jesus finaliza a sua oração ensinando a seus discípulos sobre dependência e sobre realidade.
Sobre realidade, Jesus deixa bem claro aos discípulos que o mal existe e não há nenhuma possibilidade de fugir a esta realidade. Os discípulos, por mais que desejassem, teriam que aprender a conviver com a existência do mal.
Porém, sobre dependência, Jesus ensina aos discípulos que, aquele que tem a Deus como Pai e tem plena consciência disto, tem ajuda para vencer a tentação e não ceder ao mal.
Quando eu entendo que o criador de todas as coisas é meu Pai e me entrego a uma vida de dependência total dele, eu terei ajuda para me livrar na hora da tentação e poderei ser livre do mal. Não que eu passe a ter algum poder ou alguma qualidade, mas o Pai me protegerá e me guiará em direção ao caminho do bem.
Aquele que tem a Deus como Pai, sabe enfrentar a realidade, porém sabe principalmente, viver em dependência, sem que se sinta humilhado, sem que se sinta menor.
Minha oração é para que eu aprenda a viver em total dependência do Pai, quer esteja fraco ou forte, porque o mal existe e somente o Pai pode me livrar dele, somente o Pai pode me ajudar a não cair em tentação.
Faça você também esta oração. Rogue ao Pai para que te livre do mal e não permita que você caia em tentação.
A primeira coisa que Jesus nos ensinou nesta oração é clamar para que o nome do Pai seja santificado. Alguém que compreende a paternidade de Deus clamará para que o nome de Deus seja santificado, porém compreenderá que o nome de Deus é santificado através de sua própria vida. Não importa o que tenha que ser vivido, contanto que o que vier seja para santificação do nome do Pai. Não importa se eu moro em um casebre ou em um palácio, o importante é que o nome do Pai seja santificado em mim e através de mim.
Alguém que compreende a paternidade do Pai, saberá que o mais importante é que o nome deste Pai seja santificado. Santificado através da vinda do Reino. Santificado através da vontade deste Pai que será feita, na terra e no céu. Santificado através do sustento que receberemos do Pai em cada dia. Santificado através do nosso relacionamento com o outro, perdoando e sendo perdoado. Porém o nome do Pai será santificado, principalmente, quando eu, consciente da paternidade do Pai e clamando para que o nome dele seja santificado, não caio mais em tentação para que, através da minha santificação, o nome dele seja santificado através de mim.